Esse título pode até parecer estranho para quem não exerce a função de criar e educar uma criança, mas essa é uma realidade presente – e até uma necessidade – na vida dos pais: negociar com uma criança. Afinal, os baixinhos são mestres na arte da negociação, não é mesmo?
O ato de negociar, porém, não deve ser confundido com ser permissivo, principalmente com aquelas tarefas que devem ser obrigação da criança. Por isso, no post de hoje vamos entender melhor sobre esse assunto. No final, deixe o seu comentário para nos contar a sua experiência!
Por que negociar com uma criança?
Porque simplesmente elas são excelentes negociadoras:
- elas fazem muitas perguntas;
- elas sabem o que querem e não param de pedir;
- elas não aceitam um “não e pronto”;
- elas são muito persistentes;
- elas raramente renunciam ao que querem, mas trocam um bom comportamento por aquilo que lhes interessa.
Mas, como sabemos agora que estamos adultos, é preciso haver certos limites – de modo que elas sejam bem educadas e, ao mesmo tempo, preservem essas características de negociação de situações, conflitos e decisões no futuro. E o melhor lugar de aprendizado é, certamente, em casa com os responsáveis pela sua educação.
Os pais que aprendem a negociar com uma criança não deixam de ter autoridade, mas passam a ser mais respeitados, pois ensinam os filhos a ter liberdade de escolha – e sofrer as consequências dessas escolhas, assim como é a vida: composta por perdas e ganhos em todas as nossas decisões.
Mas cuidado! Você pode negociar com uma criança sob alguns aspectos, mas nunca em relação a obrigações que ela precisa cumprir para garantir sua saúde, segurança e educação, tais como: colocar o cinto de segurança, escovar os dentes, estudar, tomar banho ou comer (nesses três últimos casos, é possível negociar apenas a forma ou o horário).
Como negociar com uma criança?
A seguir, separamos 4 dicas para te ajudar a negociar com uma criança:
1. Explique as consequências do ato de forma prática
As crianças ainda não conhecem todos os perigos da vida. Então, cabe a você a tarefa de ensiná-la.
Por exemplo: vamos supor que o seu filho esteja querendo subir na mesinha de centro da sala. Ao invés de você se apavorar e simplesmente gritar com a criança, seja rígido mas explique o motivo de ele não poder subir numa mesa e o que pode acontecer. E mais: mostre por meio de um objeto ou um boneco, as consequências de uma queda.
2. Redirecione a vontade da criança
Seu filho está brincando feliz da vida no playground da pracinha, mas já está na hora de vocês irem para casa. Se ele está se divertindo, com certeza ele não vai querer ir embora, certo?
Então uma forma de negociar é redirecionar a situação para outra que também possa ser divertida. Por exemplo: “Vamos, filho, a gente precisa preparar aquele sanduíche que combinamos em casa, se lembra?”.
3. Permita que ela faça algo apenas quando fazer o que você pediu
Negociar com uma criança também significa que ela precisa ceder em algo para ter aquilo que deseja.
Vamos supor que a sua filha quer brincar de desenhar na sala – que está repleta de brinquedos espalhados por todo canto. Permita que ela brinque, desde que ela junte os brinquedos e guarde-os. Vai ser difícil, mas tenha persistência.
4. Permita que ela faça uma escolha entre opções que você mesmo deu
Está na hora do banho – e você sabe que vai ter um certo trabalho, não é mesmo?
Então, ao invés de você simplesmente perguntar ao seu filho: “Vamos tomar banho? ”, e ele responder simplesmente: “Não”, elabore duas opções que não o deixa com outra escolha, a não ser tomar o banho. Por exemplo: “Você quer tomar banho com o pato Zé ou com o navio que ganhou de presente? ”.
Aprender a negociar com uma criança é uma tarefa que certamente exige persistência e também paciência – mas os frutos a serem colhidos serão os melhores! E caso tenha dificuldades nessa área, procure ajuda profissional.
Se você gostou desse tema e quer continuar se informando a respeito da educação dos filhos, separamos outro post bem especial – e polêmico: Por que você deveria deixar a sua criança “se sujar” mais? Leia-o atentamente e até a próxima!